"Eis um fato: você vai morrer.”
Adaptações cinematográficas sempre nos deixam com um frio na barriga, não é mesmo? Seja pela ansiedade que temos ao ler um livro e ficar imaginando-o e então poder vê-lo tão real nas telonas, ou seja também por aquele desespero de fã: Será que vai ser fiel? Será que vão encontrar um ator parecido com o personagem? Será isso? Será aquilo?
Eu pelo menos sou dessas. Fico ansiando para adaptarem algum livro que gosto, mas depois fico pirando imaginando que podem ou não estragar meu querido livro. Eu poderia ficar aqui por horas falando sobre isso e sobre as várias adaptações que gosto... mas hoje vim falar de uma delas que sou apaixonada (como a maioria, mas okay) tanto pelo filme quanto pelo livro. Já vi muitas pessoas reclamando sobre o livro, dizendo que ele é parado demais, muito monótono, sem sal, etc. Mas desde a primeira vez que li A Menina que Roubava Livros eu me encantei. Sou meio suspeita pra falar porque sou apaixonada por temáticas de época, guerra e tudo mais, porém, logo com a seguinte frase de impacto, quis ler imediatamente
“Quando a Morte conta uma história, você deve parar para ler.”
Boba, encantada e sem palavras foi como fiquei após assisti-lo pela primeira vez. Confesso que senti falta de algumas cenas, mas acho que é porque sou muito apegada a detalhes que às vezes podem ser importantes só para mim. Mas de resto foi uma adaptação impecável, não deixando nada a desejar. A delicadeza de Hans, a fofura de Rudy, a paixão de Liesel. Acredito que todos os atores conseguiram capturar a essência ideal de cada personagem. E a Morte? Ah, não posso deixar de citá-la, pois com certeza é minha personagem favorita do livro. Estranhei no começo sua voz masculina, acredito que a maioria, como eu que li, a imaginava num tom feminino, mas nada que você não se acostume com o passar do filme. Possuidora de inúmeras qualidades e também defeitos, sendo uma personagem completa sem nem ao menos aparecer.
Acredito que a única coisa que realmente me incomodou foi o fato de tudo ser muito limpinho. O cenário, as roupas... ao ler, você imagina tudo sujo, mostrando em algumas partes a escassez e também marcado pela situação da Guerra. E claro, algumas cenas... como o reencontro de Max e Liesel logo após ele ser capturado, os roubos de Rudy e Liesel devido a escassez, etc. Mas nada que comprometa a essência que o filme deve transpassar.
Como era de se esperar, igualmente quando li eu chorei no filme, sorri diversas vezes e me apaixonei pelos personagens novamente. A forma como Max demonstra sua vontade de viver, e também, seu laço com Liesel são incríveis. Não posso também deixar de citar a querida Rosa, que consegue demonstrar toda sua marra e ao mesmo tempo sua compaixão.
Não podendo deixar de citar um pouco da história do filme, claro, vemos uma história narrada pela Morte durante a Segunda Guerra Mundial. Onde, peculiarmente, a Morte se encanta de certa forma por uma garota, Liesel Meminger. Liesel fora abandonada pela mãe por conta da Guerra e agora vive com seus pais adotivos, Hans e Rosa. Tem como melhor amigo Rudy, e, futuramente como seu confidente, Max, um judeu clandestino. A Morte segue então acompanhando Liesel durante a Guerra, vendo seu crescimento e amadurecimento, sua aprendizagem, e, como por meio de uma “rota de fuga” em toda aquela situação onde se encontra ela vira “A Menina Que Roubava Livros.”
A fotografia é espetacular e o enredo para quem não leu o livro é impecável, conseguindo transpassar toda sua mensagem. Recomendo que assistam para ver toda sua essência, mas que também leiam o livro viu? Pois por mais que ambos sejam incríveis e cativantes, o livro é traduzido de uma forma inexplicável, sendo impossível sentir isso somente no filme.
“Que tal um beijo, Saumensch?”