sexta-feira, 5 de setembro de 2014

RESENHA: SE EU FICAR


ATENÇÃO: A resenha contém spoilers do livro. 

Editora: Novo Conceito
Número de Páginas: 224
Autor: Gayle Forman
Compre na: Cultura - Saraiva - Submarino




“Sou eu quem deve decidir. Agora sei.”

Preciso confessar: sou muito chorona. O problema é que sou apaixonada por drama. Romances dramáticos então, nem se fala. Esse foi um dos motivos pelo qual resolvi ler Se Eu Ficar. O livro é fantástico, sendo constituído por diversos questionamentos sobre a vida e a morte. Completamente motivador e muito, muito comovente. 
O livro é super fácil de ler. Separado por ora momentos pós acidente e ora momentos pré acidente. Fazendo o leitor sofrer a cada instante crítico, porém, também, se apaixonar a cada momento relembrado a vida da protagonista.

“Depois do acidente, ela ainda consegue ouvir a música. Ela vê o seu corpo sendo tirado dos destroços do carro de seus pais – mas não sente nada.”

Em uma certa manhã Mia, seu irmão e seus pais aproveitam a neve para saírem uma suposta “aventura”, porém, eles não contavam com um terrível acidente. Mia levanta, vê os destroços, vê o corpo de seus pais e então vê o seu, se dando conta de que está em um estado grave. “Estou morta? Será que estou morta?” Seu corpo é levado para o hospital, junta a “ela” que se vê em 24 horas lutando consigo mesma pela sua vida. Ela vê enfermeiras, vê familiares, amigos e Adam, seu namorado. Todos torcendo pela sua sobrevivência enquanto ela mesma não sabe ao certo o que quer. “É ela quem controla o show.” Diz uma das enfermeiras. E então Mia consegue entender que, se ela irá viver ou morrer, depende só dela. 
Durante o livro vemos inúmeras passagens da vida cotidiana de Mia antes do acidente… Sua família amorosa, seus avós, sua melhor amiga Kim, seu incrível namorado Adam. Vemos também toda a insegurança que Mia possuía por ser “diferente”. Seus pais era um músico rockeiro, e, seu namorado também, enquanto ela se vê apenas como uma garota recatada apaixonada por violoncelo. Inúmeras vezes se sentindo deslocada de sua família e também do namorado. “Por quê? Por que eu?” Mia indaga a Adam em seu primeiro encontro.

“Não estou certa de que este é o mundo ao qual pertenço. Não tenho certeza se quero acordar.”




Após o choque de descobrir que seu irmão Teddy faleceu, Mia desaba. Perde completamente qualquer resquício de esperança. Ela não quer mais viver. Ela não se vê mais com força suficiente pra isso. Um dos momentos que mais me emocionei foi a visita de seu avô logo após essa descoberta. Ela sempre o cita como uma pessoa reservada, de poucas palavras… o que acaba chocando-a ao vê-lo chorando ao lado de seu corpo. Mas não é um choro normal, é um daqueles choros desesperados porém silenciosos sabe? Em que a pessoa deveria estar guardando todo aquele sentimento e de repente, puff, ele explode. Ele então diz pra ela que tudo bem se ela quiser partir, ele aceita isso, mesmo querendo mais que tudo que ela fique. 

“Então, eu só queria dizer que entendo se você decidir partir. Tudo bem se tiver de nos deixar. Tudo bem se você decidir parar de lutar.”

O livro é fantástico por inúmeros motivos. Você consegue sentir toda a dor da protagonista. Você consegue entender completamente seus motivos de não querer mais permanecer ali. Você consegue captar toda a existência que é viver. Ao mesmo tempo em que você consegue se encaixar nas pequenas situações mostradas de seu passado. Momentos simples com a família. Decisões sobre faculdade. Encontros. Momentos com a melhor amiga. Conversas sobre a vida de seus pais. Sabe aqueles momentos que na hora parecem não fazer sentido algum, porém, quando olhamos pra trás, vemos que são únicos e especiais a sua maneira? São esses os momentos mostrados em que o leitor é capaz de se identificar e perceber que são apenas lembranças, lembranças que no decorrer da vida não irão retornar. Fazendo-o perceber o real valor desses pequenos e singelos momentos.

 “Por favor. Por favor. Por favor. Por favor. Por favor. Por favor. Por favor. Por favor. Por favor. Por fim ele para e olha bem para o meu rosto: Por favor Mia.  – Implora.  – Não me faça escrever uma música.”




Não posso, é claro, deixar de citar o apaixonante Adam. Adam é o tipo de personagem que todos se apaixonam. O romance dos dois se mostrou intenso porém diversas vezes conturbado. Na maioria das vezes por Mia se sentir deslocada ao seu lado. Ou por diversas briguinhas de relacionamento. Mas com tudo, podemos sentir que o amor que Adam sente pela Mia é verdadeiro. Logo que ele chega no hospital ele fica desesperado por não o deixarem vê-la. Ele necessita de todo jeito vê-la, acreditando que assim possa fazê-la ver que ele ainda continua lutando por ela. “Para que eu possa mostrar a ela que estou aqui. Que alguém ainda está aqui.” Os momentos dos dois são fofos demais, seja no passado ou no presente. E, claro, o desfecho com os dois é emocionante.

''Às vezes você faz escolhas na vida e as vezes as escolhas fazem você. Isso faz sentido?”

Se Eu Ficar é o típico livro comovente e encantador. Que faz o leitor parar e refletir sobre a vida. Sobre tudo. O filme será lançado hoje, e, claro, estou muito ansiosa para vê-lo nas telonas. Acredito que os atores foram bem escolhidos (fora algumas características de Mia que não bateram, mas não chega a ser prejudicial), e espero que atuem bem, passando todos os sentimentos mostrados no livro. 
Espero sinceramente que a obra com toda sua forma sensível e singela cative vocês como me cativou. E que se virem o filme antes, leiam também. E ah! Não posso deixar de dizer que ao final de meu livro além da ter uma entrevista com os dois atores principais, tem também um trecho do próximo livro. Para Onde Ela Foi é dessa vez narrado pelo Adam e parece incrível, já estou doida pra ler!

“Percebo agora que morrer é fácil. Viver é difícil.”


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